O Rock de Big Bem na Bahia
Produtor musical e apresentador de TV o pioneiro do rock baiano, Waldir Serrão nós deixou com um legado de história ao lado de Raul SeixaisWaldir, que é considerado um dos pioneiros do rock na Bahia, foi produtor de Raul Seixas, músico nas bandas "Raulzito" e "Os Panteras". Conhecido como "Big Ben", o artista criou a primeira banda de rock no estado: "Waldir Serrão e seus Cometas".
O músico estava passando por problemas financeiros e morava em um abrigo em Salvador.
Uma lenda viva, que partiu as partituras da vida com a música na Bahia.
"O pai do rock baiano? Acho que sou eu né?", afirmou Waldir Serrão, o Big Ben baiano, que aos 70 anos, sentou-se numa cadeira humilde do abrigo Lar São José, na Ladeira dos Bandeirantes, em Brotas, onde mora, para pensar sobre o assunto durante longos segundos antes de responder. O Diabo e Raul Seixas devem ter passeado pelas conjecturas do velho Big, mas sem pestanejar, abriu o verbo: "Eu comecei tudo. Fui eu quem levou Raulzito para esse mundo, mesmo contra a vontade de Dona Maria Eugênia, a mãe dele. Mas ele morreu roqueiro", recorda Big do parceiro, com quem teceu a fidelidade de ser Maluco Beleza na vida, desde que se conheceram, ainda garotos, na Cidade Baixa, quando se vestiam de Elvis Presley, com brilhantina no topete.
Big Ben, à direita, dançando com
Raul Seixas, à esquerda
Raul Seixas, à esquerda
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"Big era um verdadeiro rei de Roma. Ele transformou o Cine de Roma no templo da juventude e do rock e foi uma das figuras mais importantes na trajetória de Raulzito e Os Panteras", reconhece Carlos Eládio, o guitarrista da banda que acompanhou Raul Seixas até sua morte. "Ele é um ícone no País, mas infelizmente o Brasil não tem memória", contesta Carleba, também Pantera.
Lenda perdida
Serrão cantando O Crivo, feita com Raul Seixas |
De radialista, cantor e compositor de rock, a apresentador de TV, o lendário Big Ben da Rádio Bahia, apelido criado por ele mesmo ao parodiar o maior disc jockey de sua época, o carioca Big Boy, e o famoso sino britânico, Waldir Serrão passa hoje os dias num humilde abrigo, com a ajuda de parentes, tentando conviver bem com a diabetes e vencer a batalha contra a depressão, vizinha de sua mente desde que o contrato do programa Som do Big Ben, da TV Itapoan, apresentado por ele de 1972 a 1984, foi encerrado.
A irreverência de Big Ben era tanta que chegou a concorrer com a audiência de Chacrinha, seu principal inspirador, nas tardes de sábado.
"Era uma coqueluche. Mas parece que hoje essa história não tem valor", lamenta, mirando velhas fotografias estampadas em preto-e-branco sobre o colo franzino. Nos retratos: sua juventude, os velhos amigos, as Bigbetes e o sonho aceso de viver do rock. "Muitos me copiaram, o meu jeito de apresentar, o meu estilo. Vejo isso como um marco da televisão e do rádio na Bahia", afirmou Serrão. Ele fez questão de lembrar, orgulhoso, que artistas como Jerry Adriani, Marcelo Nova e toda a turma dos Novos Baianos, entre muitos outros, passaram pelo programa O Som do Big Ben. Fora as composições que caíram na boca do povo, como o blues O Crivo, feita em parceria com Raul Seixas, e Ainda Gosto Dela, gravada por Jerry Adriani.
"Depois de tanto sucesso… Se ele está aqui, é porque não tem para onde ir. Ele perdeu tudo, não soube conduzir a vida direito", explica a irmã dois anos mais velha, Lurdes Serrão, sem entender a razão pela qual o mano não se esforçou para ser "um sujeito normal", culminando numa humilde casa de idosos. "Entrei na fase de medicação e comecei a perder o rumo das coisas. Mas acho que para tudo se tem um jeito", reacende Serrão.
"Lembro que aprendi a ser radialista com Big Ben. Na morte de Jimi Hendrix ele me convidou para fazer uma homenagem ao mestre da guitarra. Passamos três horas transmitindo Hendrix sem parar. Quem hoje faz isso? Depois dele, a babaquice se instalou. O comando agora é das gravadoras e não mais de conceito e crítica", disse Marcelo Nova, líder da banda Camisa de Vênus, também enquadrada como protagonista do roque na Bahia e no Brasil. Nova disse que a melhor lembrança que tem de Waldir Serrão e Raul Seixas juntos foi quando tinha 10 anos, numa festinha para as crianças atendidas na Clínica de Reabilitação de seu pai, que era médico. "Apareceu um rapaz com um babador, imitando um bebê deitado num carrinho. Esse era Waldir. O outro, Raul, empurrava. Quando o tal bebê balbuciava, Raul esbofeteava a cara do bebê. Era algo politicamente incorreto, mas que levava as crianças a se acabarem de rir", narrou.
O fato é que a irreverência de Big Ben foi condenada ao ostracismo por um "povo sem memória". "Sinto-me esquecido por aqueles que dei força. Nem uma palavra ou um 'como vai'. Um dos poucos que me fazia companhia era Thildo Gama. Mas ele se foi recentemente", lamenta, referindo-se ao amigo, o primeiro guitarrista de Raul Seixas, que morreu em outubro do ano passado.
Para dirimir esse marasmo que caiu como uma avalanche na vida de Big Ben, tem até quem pense num show para 2012 em homenagem ao roqueiro. A ideia está ainda sendo costurada pelo radialista Roque Menezes. "Imagine se artistas que passaram pelos programas de Big Ben fizessem isso?", almeja. Animado com a ideia, Big Ben acende um entusiasmo: "Gostaria de ser lembrado como um roqueiro rebelde. Quero morrer assim como sempre fui: puro rock".
Big Bem entrevista a Rádio ACCRBA
Após falha, MEC prorroga inscrição para estudantes do Fies no 2º semestre
Sem conseguir sanar por completo a falha que barrou a inscrição de estudantes do Fies (Financiamento Estudantil) do segundo semestre, o MEC ampliou o prazo para o grupo afetado pelo problema. Agora, os estudantes têm até o dia 17 deste mês para garantir uma vaga na universidade pelo programa. O prazo vencia na última sexta-feira (10).
O erro nos sistemas do ministério atingiu uma leva de beneficiados pelo Fies que tiveram as inscrições postergadas do primeiro para o segundo semestre deste ano. Para não perder o financiamento, os estudantes precisam atualizar os cadastros na página do Fies na internet segundo informações do Folhapress.
Foi nessa fase em que eles não conseguiram concluir no prazo estipulado pela pasta da educação do governo federal devido ao erro. Assim que a fase cadastral é concluída, os dados do estudante seguem para análise na universidade na qual ele vai estudar. Se tudo estiver certo, o último passo é ir ao banco e contratar o crédito do Financiamento Estudantil. 679 estudantes impedidos de entrar no sistema do programa até a última quarta (8).
Nesta sexta, ainda havia 92 pessoas nesta situação. O MEC só reconheceu a falha após ser procurado pela Folha, que precisou enviar o nome completo e o CPF de uma das estudantes afetadas pelo problema. Ao todo, a reportagem teve acesso a um grupo de 29 pessoas barradas no sistema do Fies.
Até esta sexta, 12 delas continuavam com os cadastros bloqueados, 14 conseguiram complementar a inscrição e outras três cancelaram participação no processo regular para tentar uma vaga no remanescente, segundo o MEC. Mariana de Araújo, 20, é uma das alunas prejudicadas pelo erro. A estudante diz que entrou com um mandado de segurança na Justiça para não perder a vaga em medicina na Cesmac (Centro Universitário de Maceió).
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