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FEIRA DE SANTANA-BA

PRÓXIMOS PASSOS DO PROCESSO DE IMPEACHMENT DA PRESIDÊNCIA NO BRASIL GIRO DE NOTÍCIA JACKSON FANE

Próximos passos do processo de impeachment: o que acontece agora?

Comissão da Câmara aprova autorização para processo de impeachment de Dilma

Parecer de Jovair Arantes ainda será analisado pelo Plenário da Câmara dos Deputados, em votação que poderá se estender por três dias a partir desta sexta-feira
Luis Macedo/Câmara dos Deputados
Reunião da Comissão Especial que vai votar o parecer do relator, dep. Jovair Arantes (PTB-GO), que recomenda a abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff
Deputados pró-impeachment comemoram resultado da votação na comissão especial. Relatório foi aprovado por 38 votos a 27.
Após mais de 9 horas de debates, trocas de acusações e gritos de “Fora Dilma” e de “Não vai ter golpe”, a Comissão Especial do Impeachment concluiu seus trabalhos e aprovou nesta segunda-feira (11), por 38 votos a 27, o relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), no qual ele recomenda a abertura de processo contra a presidente da República, Dilma Rousseff, pela prática de crime de responsabilidade.
A decisão da comissão especial será lida e publicada no Diário do Congresso Nacional. A previsão é que o relatório aprovado siga para análise do Plenário da Câmara dos Deputados, como primeiro item da pauta, na sexta-feira (15). A expectativa é que a votação em Plenário se estenda por três dias.
No começo da tarde, Jovair Arantes insistiu em dois pontos que, segundo ele, caracterizam o crime de responsabilidade: a abertura de créditos suplementares via decreto presidencial, sem autorização do Congresso Nacional; e o adiamento de repasses para o custeio do Plano Safra, o que obrigou o Banco do Brasil a pagar benefícios com recursos próprios – manobra popularmente chamada de “pedalada fiscal”.
Segundo o relator, a análise se restringe por enquanto à admissibilidade da denúncia e leva em conta indícios suficientes. “A Constituição é clara no sentido de que nenhum crédito orçamentário pode ser aberto sem autorização da legislação. A razão é garantir o controle do Legislativo sobre os gastos públicos”, disse Arantes. “O que apavorou o governo foi a consistência técnica, política e jurídica do nosso relatório”, completou Arantes, após a aprovação do texto.

Defesa do governo
Ao rebater os argumentos de Arantes, o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, classificou o relatório de “golpe” na democracia. “É absurdo que uma presidente eleita seja afastada por uma questão contábil que era aceita pelos tribunais. Isso é absolutamente contrário à Constituição e ao direito. Esse processo de impeachment não deve ser chamado de impeachment, deve ser chamado golpe”, contestou Cardozo.
Para o advogado-geral da União, houve desvio de poder por parte do presidente da Câmara, Eduardo Cunha; ilegalidades processuais, como a inclusão de tema alheio à denúncia [a delação premiada do senador Delcídio do Amaral]; cerceamento de defesa; e a não comprovação de ilegalidade em relação aos decretos de suplementação orçamentária. “Metas fiscais têm a ver com execução orçamentária. Portanto, baixar um decreto de suplementação não aumenta o gasto se houver um decreto decontingenciamento. E houve”, concluiu o ministro.
Discussão dos líderes
A reunião da comissão especial, que começou às 10h55, foi marcada por bate-boca e por disputas regimentais, o que adiou o início da votação para as 20h29. A fala dos líderes partidários começou pouco antes das 15 horas, com troca de acusações entre deputados favoráveis e contra o impedimento da presidente.
O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), acusou Jovair Arantes de ter produzido um parecer frágil e sem fundamento. Ele leu o trecho do relatório em que Arantes admite a existência de opiniões contrárias à tese de que Dilma Rousseff praticou crime de responsabilidade.
Guimarães ainda criticou diretamente o vice-presidente da República, Michel Temer, culpando-o por tramar um golpe, juntamente com partidos de oposição, em especial o PSDB. “Há um núcleo político que foi constituído, que articula, que trama e que faz com que o impeachment possa ser aprovado aqui. Esse núcleo é [formado pelo] vice-presidente Michel Temer, a oposição – especialmente o PSDB, e alguns partidos satélites”, disse o líder do governo, fazendo referência a áudio vazado nesta segunda-feira em que Temer fala como se o impeachment já tivesse sido aprovado.
Após a aprovação do relatório, Guimarães disse ter segurança de que a oposição não tem os 342 votos necessários para aprovar a abertura do processo de impeachment pelo Plenário da Câmara.
Para o deputado Mendonça Filho (DEM-PE), por outro lado, o governo quer transformar uma derrota em uma vitória, porque, segundo ele, os governistas teriam trabalhado para reverter a diferença de mais de 10 votos. “No Plenário, vai ser uma derrota ainda maior e vamos atingir os 342 votos”, afirmou.
Áudio de Temer
Sob protestos de integrantes da comissão especial do impeachment, o deputado Silvio Costa (PTdoB-PE), que é vice-líder do governo, mostrou o áudio que o vice-presidente da República, Michel Temer, mandou a parlamentares do PMDB.
Costa chamou Temer de “o maior traidor do Brasil”. “Está dizendo que já está resolvido o voto, já está treinando o discurso de posse. Este é o homem que está tentando ser presidente”, criticou. “Quero mostrar ao Brasil o homem que está tentando, no próximo domingo, ser presidente do Brasil. É o maior conspirador, maior traidor do Brasil”, continuou.
Ao anunciar que liberaria a bancada para votar como quisesse, o líder do PMDB, deputado Leonardo Picciani (RJ), ressaltou que a possibilidade de impedimento da presidente Dilma Rousseff, que foi eleita por 54 milhões de votos, é um fato “gravíssimo”. “Seja qual for a posição que tenhamos aqui, devemos ter a clareza dos argumentos, clareza da nossa decisão e da consequência da nossa decisão não só para o presente, mas para o futuro e também para o julgamento da história”, afirmou.
Rito do impeachment
Caso o processo de impeachment seja autorizado também pelo Plenário da Câmara, caberá ao Senado decidir, em votação preliminar, se instaura ou não o julgamento. Se aceito o julgamento no Senado, a presidente da República será afastada por 180 dias, e os senadores formarão uma nova comissão para analisar a denúncia.


Reportagem – Murilo Souza e Carol Siqueira
Edição – Pierre Triboli

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Próximos passos do processo de impeachment: o que acontece agora?

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), anunciou no início de dezembro que acolheu o principal pedido de impeachment protocolado por partidos de oposição contra a presidente Dilma Rousseff (PT). O processo, no entanto, ainda precisa cumprir diversas etapas até que o afastamento da presidente possa ser decidido pelos parlamentares.
Veja o passo a passo do pedido de impeachment da presidente:

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Comissão 

Após muita confusão, foi escolhida em 8 de dezembro uma chapa liderada pela oposição para organizar a comissão que analisará o caso. No entanto, horas depois, uma ação do PC do B, partido da base aliada, levou o ministro do STF (Supremo Tribunal Federa) Luiz Edson Fachin a proibir que a comissão especial fosse instalada até que o plenário do STF analisasse o caso. No dia 16 de dezembro, o STF decidiu que a comissão formada pela oposição era ilegal, pois a indicação dos integrantes só poderia ser feita pelos líderes de cada partido. A decisão vai levar à escolha de um novo grupo pela Câmara. Porém, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, deve pedir esclarecimentos ao Supremo antes de determinar a formação de um novo colegiado, o que pode atrasar o processo caso o STF demore para analisar o recurso da Câmara

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Defesa

Após a denúncia ter sido acolhida pelo presidente da Câmara, a presidente Dilma foi notificada para se manifestar à comissão especial que vai analisar o processo. A partir da instalação da comissão, a presidente terá um prazo de dez sessões da Câmara para apresentar sua defesa

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Parecer

Depois de a presidente apresentar sua defesa, a comissão especial terá até cinco sessões de prazo para apresentar o seu parecer. O parecer deverá ser lido na íntegra no plenário e publicado no Diário da Câmara. Cabe à comissão dizer se há elementos que permitam a abertura de investigação pelo Senado contra a presidente

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Votação nominal

Quarenta e oito horas depois de o parecer sobre a denúncia ser publicado, o documento deverá ser incluído na "ordem do dia" da Câmara. Só então, ele será votado, nominalmente, por 512 deputados (o presidente não vota). A abertura do processo de impeachment será autorizada pela Câmara caso o pedido tenha pelo menos dois terços dos votos da Câmara, ou 342 votos. Se os deputados decidirem que a denúncia não deve ser objeto de deliberação, o pedido de impeachment é arquivado

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Envio ao Senado 

Se a Câmara decidir pela instauração do processo, o pedido será encaminhado ao Senado, que é a Casa responsável pela sua tramitação. Na prática, a Câmara decidirá se o processo deve ser ou não aberto, mas é no Senado que ele irá tramitar. Por 8 votos a 3, o STF, também no julgamento da ação do PC do B, decidiu que a aprovação do impeachment pela Câmara equivale apenas a uma autorização para que se processe a presidente, e a abertura do processo deve passar por novo julgamento no Senado

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Afastamento 

O Supremo também decidiu, por 8 votos a 3, que o afastamento temporário da presidente ocorre apenas se o Senado autorizar a instalação do processo de impeachment. A abertura do processo no Senado deve ser definida pelo voto da maioria simples dos senadores, ou seja, por metade dos presentes mais um, desde que estejam presente à sessão ao menos 41 dos 81 senadores. Após ser afastada temporariamente do cargo, a presidente tem seu salário reduzido pela metade e deve deixar as residências oficiais em Brasília

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Processo

O Senado tem 180 dias para finalizar o processo, durante os quais Dilma terá a oportunidade de se manifestar a respeito. Se o processo não for finalizado em 180 dias, a presidente retorna às suas funções enquanto o Senado conclui o julgamento. As sessões do impeachment no Senado são comandadas pelo presidente do STF

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Se inocentada

Se for considerado que a presidente não cometeu os chamados crimes de responsabilidade, a presidente retoma suas funções imediatamente. Crimes de responsabilidade são as infrações previstas na Lei do Impeachment que justificam o afastamento do presidente

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Se culpada

Se for considerada culpada, Dilma Rousseff será afastada definitivamente do cargo e impedida de disputar eleições por oito anos

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Vice assume

Em caso de impeachment, a partir do momento em que a presidente Dilma for afastada de suas funções, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) assume o cargo

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Novas eleições

Se Temer estiver definitivamente impedido de exercer a função (em caso de cassação, morte ou renúncia, por exemplo), novas eleições serão convocadas em até 90 dias. Como o processo de impeachment ocorre nos dois primeiros anos do mandato, as eleições serão diretas, com a participação de todos os eleitores

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